Está de regresso mais uma edição do Em Bom Alentejano, a rubrica linguística de maior sucesso na imprensa portuguesa (Incha, Edite Estrela!). Muito obrigado às quase 3 pessoas que acharam alguma piada à primeira edição. Vamos debruçar-nos sobre o termo mais indicado a utilizar: Devemos dizer “Toino” ou “Parvo”? Estes dois termos são muito aproximados já que significam quase a mesma coisa, ou seja, referem-se a alguém que tem o QI de um bloco de xisto ou que prefere comprar Panrico em vez de pão alentejano. Então como podemos distinguir? Do seguinte modo: o senhor vice-presidente da Ryanair que disse que em Beja “não há nada para além do aeroporto” e que o Aeroporto “não deveria” ter sido construído, está armado em “toino”, ainda mais quando esta afirmação vem de uma companhia aérea que é capaz de meter os passageiros num avião sem lugares sentados, agarrados a um varão como no metro, se isso representar uma poupança de 50 cêntimos; por outro lado, aqueles que acham que o Aeroporto de Beja é a melhor coisa que se fez no mundo ocidental nos últimos 50 anos e que Beja é uma espécie de Tóquio caiada de branco, também estão a ser um bocadinho parvos, porque isso significaria que em Beja haveria mais sítios onde comer sushi e andaríamos todos de Toyota, o que, segundo vi quando olhei pela janela, não acontece. Atenção: não confundir estes termos com a expressão “deslembrado” que pode significar “esquecido”, “parvo”, ou as duas coisas em simultâneo, dependendo do contexto: um tipo que se esquece das chaves em casa é “deslembrado” (esquecido); uma pessoa que faz uma açorda com salsa em vez de coentros é “deslembrado” (esquecido e parvo) e devia levar com um barrote nos queixos. Assim se escreve Em Bom Alentejano!
Texto publicado na página Não confirmo, nem desminto do Diário do Alentejo
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