A vida continua difícil para os Media portugueses que veem alguns dos seus títulos vendidos a empresas estrangeiras. Na passada semana foi anunciada a compra da Controlinveste por parte de um grupo angolano, do qual nunca se ouviu falar – a única coisa que se sabe realmente é que é dirigido por uma empresária cujo nome começa com um I, acaba em S, e no meio tem as letras, colocadas de forma aleatória, “sabel dos Santo”. Agora ficámos a saber que esta fúria compradora chegou também à nossa região – correspondente da nossa página no Bié apurou que este jornal irá ser comprado por angolanos e sofrerá duas transformações fundamentais: irá passar a chamar-se Diário do Malanje e Paulo Barriga será forçado a usar carapinha e a escrever editoriais laudatórios ao Governo angolano, estando expressamente proibido de se referir a Cabinda. Além disso, estão previstas outras pequenas mudanças: o Chef Nobre só poderá fazer receitas de muamba, desde que não seja à moda de Cabinda; esta página passará a chamar-se Ripa na Rapaqueca e poderá fazer piadas sobre tudo menos o pau de Cabinda; a necrologia só poderá colocar fotos de falecidos da UNITA, Bob Geldof e Pedro Rosa Mendes, desde que não tenham morrido em Cabinda; e a secção de filatelia fará uma evocação dos selos relativos aos caminhos de ferro angolanos, menos daqueles que passam por Cabinda. Tomámos, ainda, conhecimento de que as rádios de Beja serão igualmente compradas e rebatizadas: a Voz da Planicíe passará a designar-se Rádio Voz do Moxico e a Pax será renomeada Rádio Kuando-Kubango – ambas emitirão Kizomba e o Best of Bonga 24 horas por dia.
Texto publicado na página Não confirmo, nem desminto do Diário do Alentejo
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